8 de outubro de 2012

PORTUGAL « Ex-aluno».« Homenagem»

E um sorriso elevou-se á eternidade
Morreu um dos nossos, morreu um homem bom.
Homem de fé, comprometido com a vida e com os outros, o Portugal, o nosso “Galinha”, fez acender mais um luzeiro no firmamento daqueles que foram capazes, na terra, de se elevar à categoria dos que deixam o mundo mais pobre, mas iluminado pela crença e pela esperança do triunfo final da bondade e da solidariedade.

Sempre que um dos nossos, um daqueles que viveu o Colégio de Lamego como sua escola de vida, como casa de princípios e de valores, fecha os olhos e se despede, em trânsito para a eternidade, é como se desaparecesse um irmão, alguém que, comungando o mesmo espírito, connosco formou uma família.

Mais se justifica este tipo de referência quando aquele que, recentemente, nos deixou, o amigo Portugal, sentia, de uma forma muito especial, o que representava ter sido, durante sete anos, aluno do Colégio de Lamego, que, profundamente, amava e vivia no seu dia a dia, tendo-o como memória constante, como realidade presente e como continuidade futura.

Não é de admirar, assim, que alguém que tanto acreditava na importância e transcendência do Colégio, como casa mater, estivesse presente, desde a sua fundação, na afirmação da ideia subjacente à existência da Associação de Antigos Alunos do Colégio de Lamego.

Não foi dos que acompanharam essa ideia à distância, antes respondeu afirmativamente, mandato atrás de mandato, ao repto que lhe era feito para integrar os seus corpos sociais. Nunca quis, no entanto, que as luzes incidissem sobre a sua pessoa, procurando ocupar cargos sem visibilidade, mas em que se pudesse sentir útil. E como foi importante, tantas vezes decisivo, trazendo a mais valia em que se constituía a sua constante e reconfortante presença, a sua eficácia e solicitude, a sua discrição, educação fora do vulgar, humildade e recato.

Olhar para o Portugal era olhar para um rosto límpido, luminoso no seu permanente e cativante sorriso.

Recebi a notícia da sua morte, em tempo de veraneio, junto ao mar, o que me fez pensar, esmagado pela movimentação das ondas, nas vicissitudes da vida, em que a morte é um seu momento, mas, sobretudo, na força da renovação que os homens bons nos legam com o exemplo das suas virtudes.

Logo depois, a caminho de Fátima, como todos os anos acontece em fim de férias, tive sempre o Portugal no meu pensamento, acreditando como ele na protecção da Virgem, que também no Colégio, a partir da sua imagem, nos infundia esse sinal de Mãe apaziguadora e doce. Tiveste a sorte, Portugal, de fechar os olhos num tempo em que a Senhora dos Remédios, por todos festejada, descia sobre Lamego o seu manto de glória e a luz da sua misericórdia e bondade. Que te proteja, Portugal, e te sirva de refúgio.

Eu sei, Portugal, que desceste à terra, sem que levasses a cobertura da bandeira da nossa Associação, a quem tanto deste e de quem tanto gostavas. Fiquei triste quando soube do esquecimento, mas reconforto-me com a ideia de que, na tua bondade simples de irmão, a todos nos desculpas, uma vez mais com um sorriso discreto. Era importante que a nossa bandeira te acompanhasse, levando nela o conforto das nossas lágrimas e das nossas preces. Alivia-me a certeza de que tu próprio te assumiste de tal forma como símbolo da Associação de Antigos Alunos do Colégio de Lamego que te transformaste, para teu e nosso consolo, na nossa Bandeira.

Até breve, companheiro. Até à eternidade, irmão.

Lamego, 16 de Setembro de 2012

José Alberto Soares Marques
Presidente da Direcção da AAACL


Fotos: Dia do Antigo Aluno - XXIX Aniversário - 28/05/2011
* Portugal (ao centro)

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